Às vezes, as árvores simbolizam o que gostaríamos de ser. Há no meio do
deserto da China, uma árvore seca, chamada a Árvore da Solidão. Não se
sabe como ela sobrevive em meio ao
deserto, nem como conseguiu brotar. Mas a visão de uma árvore em meio ao
descampado traz uma sensação indescritível de reencontro. Muitos homens
viajaram pelos desertos, há vários relatos de suas passagens, seja de
Gurdijeff durante uma tempestade de areia, ou de Rimbaud carregado por
nativos para chegar ao mar. O que mais me impressionou, no entanto, foi o
de Balzac, quando ele narra o encontro com uma pantera e tenta explicar
porque não deixa aquele oásis. Ele diz: "O deserto é Deus sem os
homens".
Rio 13/12/2012
Rio 13/12/2012