domingo, 20 de setembro de 2015

Lições de sábado 223

Não há um completo silêncio. Há apenas sons que se misturam aos pensamentos, que também não cessam. Não há palavras, mas sons, como buzinas ao longe, sussurros de vento, barulho de chuva, tinir de xícaras. O silêncio total, som algum, como uma surdez temporária, não há. Mesmo o mais denso silêncio das florestas ainda é cheio de farfalhar de folhas e pios de coruja. E ouvimos o som da Terra se movendo, das estrelas trafegando no céu, e o mar que bate nas praias. Há um silêncio entremeado de sustos, como as pausas na música, audíveis em entreatos de emoção, que se sucedem como o voo dos pássaros e a erupção de vulcões.

14/09/2015 - 00h52



Lições de sábado 222

Diga-me por onde andas, que te direi quem és.
Há lugares onde não faz sombra, há sempre luz por onde se caminha. As portas estão sempre abertas, e podemos ir a todos os lugares. Uma casa que recebe todos os que batem à porta e nela encontram um refúgio, onde há livros de todos os tipos, para todos os leitores. Assim é a visão do paraíso para Borges, uma biblioteca. E para muitos de nós, uma pequena ou uma grande livraria, onde os livros nos chamam para entrar.

19/09/2015 - 00h50


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Lições de sábado 221

Quando se pensa que se está caminhando numa direção, ela muda, como um vento que sopra ao contrário. Imagine o que era velejar dependendo dos ventos. Resta-nos nadar contra a maré ou mudar o curso. Reinventar a roda, fazer novos planos, executar outros projetos, talvez aqueles que ficaram tanto tempo esperando por uma chance. Eu só fiz o que tinha de fazer quando minhas opções acabaram.

3/09/2015 - 13h24