Lições de sábado 9

Diante de uma sensação maravilhosa, não ousamos sequer nos mexer, para não quebrar o encanto. A respiração se abranda, e olhamos tudo devagar. Temos cuidado com as palavras e nos tornamos cautelosos com os gestos. Nada pode infringir o momento, infligir uma dor que inexiste. Guardamos para sempre essa sensação de pureza, quando estivemos por alguns momentos no céu.

22/11/2011 - 20h11

Lições de sábado 8

A maior beleza de amar é amar a mesma coisa. Amar tão igualmente que o amor mude só de pessoa. E por amar outra tão igualmente, fique o amor como um fado, amando sempre quem está ao lado.

Lições de sábado 7

A doçura é a qualidade do encanto, quando descobrimos que há algo mais do que conseguimos ver. A doçura é impalpável, mas se faz presente ao ouvirmos algo que não suspeitávamos. O encanto se dá diante a doçura da palavra que não esperávamos ouvir.

16h58 - 21/11/2011

Lições de sábado 6

Há desvios na nossa vida que poderíamos ter evitado, mas por vezes é preciso um percurso mais longo para que as coisas se ajeitem. Quando vemos depois, é claro que poderíamos ter feito diferente, mas na hora não escolhemos o que poderia ser mais "simples". Fazemos uma curva maior, um desvio maior, um trajeto maior justamente por não enxergar em linha reta. E como o mundo é redondo, não existe "linha reta". Só labirintos. Jogar xadrez me ajudou a montar estratégias de ação. Mas não podemos quais serão os imprevistos. Temos de estar preparados para esperar, para não dar certo, para refazer.

20/11/2011 - 13h25 

Lições de sábado 5

A vida de hoje faz-nos ter ocupações demais. Lembro quando há dez anos comecei a responder emails e gastava algumas horas fazendo isso, mas eu tinha tempo de fazer outras coisas no computador. Hoje se eu parar para responder os emails, não faço outra coisa e o trabalho e as outras coisas ficam de lado. Há compromissos demais, e deixamos de atender alguém que fica sempre para depois: nós mesmos. Não há mais tempo para os amigos, a família e um bom livro. Eu ouço de todo mundo que está fazendo coisas demais. Isso virou uma doença, uma endemia? Não há nada que possamos fazer para sair disso? Parar é imprescindível. Um dia, me disseram que eu era preguiçosa (quem disse isso não tinha motivo para dizê-lo). Aí parei para pensar: com a quantidade de coisas que faço, eu não poderia ser considerada preguiçosa, mas subitamente tenho ataques de preguiça. Claro! É a única forma que meu corpo tem de me fazer parar, senão não paro nunca. Então hoje pode me chamar de preguiçosa, que assumo que sou, por necessidade. É preciso saber parar, senão o corpo nos para!

18h33 - 19/11/2011

Lições de sábado 4

Saber-se íntegro, saber-se sério, saber-se nobre não é outra coisa do que navegar contra a corrente, rio acima, de onde surgem as águas, que, em sua fúria, nada temem. E como navegador insistente, não desistir, não fugir da escalada, pois o rio bravio não ouve os lamentos e gemidos. A vida é árida, e só colhe os frutos quem não abre mão do sonho.

12/11/2011 - 2h30

Lições de sábado 3

Não há maior brandura do que o amor, nem a compreensão é tão vasta, porque o que entendemos por amor não passa pelo pensamento. Quando se ama, compreendemos sem ter de pensar. O entendimento é instantâneo. Quando temos de pensar para entender algo, demoramos muito mais. Porque relutamos em aceitar. A aceitação faz a compreensão ser imediata. O amor não é racional. E a razão não ama.

12/11/2011 - 11h59 

Lições de sábado 2

OS DOIS LADOS DA DOR

Existem dois lados da dor. A que sentimos e a que não sentimos. O que pensamos sentir reflete só um. O que não sentimos, não dói. Mas fica amortecido pelas camadas de dor anterior. A ferida indolor é silenciosa e abre seu caminho despercebido, para só bem adiante se revelar. Essa dor insentida guarda o que não vimos, o que pensamos entender, o que achamos desimportante e que custa a aparecer. E ela só não se revela porque se sabe ulterior, apenas para ser aprendida quando não houver mais dor.

13/08/2011 - 3h41

Lições de sábado 1

A vida só para quando respiramos mais lentamente. Não corra. Isso não vai levá-lo a lugar algum. Nem mais rápido. Tudo leva o tempo que tem que levar. Quando nos perguntamos por que demoramos tanto para fazer alguma coisa que estava na nossa cara, devemos nos lembrar o que nos distraiu no meio do caminho. Mas quando chega o momento de fazê-lo, não terá de esperar mais. Irá fazê-lo e pronto. Dê tempo para si mesmo, desligue da tomada se for preciso. Alguns momentos para si mesmo restauram as baterias, e rendem mais afeto do que não prestar atenção no que está fazendo. Às vezes, precisamos só de um sorriso para fazer algo que levou a vida inteira para ser feito. 

Sábado, 19/11/2011 - 11h11