sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Lições de sábado 122

Depois de uma traição como é que você se sente? Ludibriado? Passado para trás? Admitir enganos é uma forma de superá-los, mas não perdoa o engano. Nem do enganado nem do traidor. Não se pode mudar o passado, mas podemos mudar o futuro. Será? Como fica Freud e seus padrões de comportamento? Quem é traído quer ser traído como já ouvi dizer? A verdade é que ninguém muda ninguém, nem o bem intencionado muda o canalha.

27/02/2014 - 14h14



Lições de sábado 121


Não há dúvidas quando se tem certezas, mas não há certeza quando o que se faz depende das circunstâncias e das pessoas. Perder tempo é uma característica humana. Ninguém sabe usar bem o próprio tempo. Só quando o usamos para fazer o que temos de fazer, aí o tempo flui e é benigno, dá para fazer tudo. Os atrasos de vida devem servir para nos retardar de chegar onde devemos. Se o atraso foi necessário, não havia pressa mesmo, por mais tempo que se perca. Há pessoas que surgem para nos atrapalhar. Agradeça. Elas, no final, se mostrarão necessárias. Sem elas, teríamos tomado o caminho errado. Por mais que acreditemos que não precisássemos ser "alugados" por tanto tempo. Assim até dá para "amar nossos inimigos". Eles estão ali para ajudar e não sabem.

28/03/2014 - 22h44 


Lições de sábado 120

"Para ser grande, sê inteiro". Fernando Pessoa, no heterônimo de Ricardo Reis, formulava nessa simples frase toda a essência da unidade. E ainda ressaltava que a inteireza o conduziria à grandeza. Não se pode ser uma coisa sem a outra. E que provavelmente isso desejavam os homens. "Nada teu exagera ou exclui". Na mesma formulação, indicava o meio termo, o absoluto. Nisso está o equilíbrio. "Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes". Na parte está o todo que inclui todas as partes que não vivem senão juntas. A menor está contida na maior e ela sustenta o todo que integra. "Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive". A vida só é possível se houver altura, visão, espaço, transcendência. Só é compreendida em sua última forma, em extremo, em relevância, altivez. Não se vive cabisbaixo. Não se vive sob o medo. Viva a altura de seus sentidos para estar além de si próprio.

22/02/2014 - 10h  


 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Lições de sábado 119

Se conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se conhece a si mesmo, mas não conhece o inimigo, para cada vitória sofrerá também uma derrota. Se não conhece o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas. 
Sun Tzu


Há pessoas de caráter e as de mau caráter. Estas passam disfarçadas, dissimuladas entre nós, fingindo-se de santas. Por vezes, clamam que são honestas, e que jamais nos fariam nenhum mal. Tomem cuidado com elas, porque são justamente as que atacam. As pessoas de bom caráter jamais o ameaçam de nada. Vez por outra, as de mau caráter queixam-se de suas escolhas, julgando-nos mal por sua isenção e falta de julgamento. Se não julgamos mal alguém, não quer dizer que somos maus como aqueles que não julgamos. Não quer dizer que somos solidários com seu crime. Apenas não julgamos. Mas quem nos julgam, esses, sim, são perigosos. Porque sempre haverão de nos julgar para o bem e para o mal, porque nunca teremos direito à nossa opinião, e apenas a opinião deles prevalecerá, mesmo se estiverem errados. Os maus se mascaram de bons, porque sabem que assim não serão descobertos. E quem entrevê no seu olhar a má visão que têm dos outros passa a ser inimigo. E uma vez desmascarados, jamais poderão voltar a vestir a máscara. Estes precisam ser julgados, não por nós, mas por si mesmos, um dia, perante o tribunal de Osíris e ter o coração pesado contra a pena de avetruz de Maat. Só assim, serão justiçados, por todo o mal que causaram, despretensiosamente, como se não quisessem ter feito mal algum.

7/02/2014 - 2h22


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Lições de sábado 118

Desde que nascemos, passamos da penumbra para a luz, vivemos entre contrastes, de alto e baixo, bom e mau, certo e errado, claro e escuro, dia e noite. Tentamos manter um fino equilíbrio entre o que devemos e não devemos fazer. E entre erros e acertos, chegamos à essência da nossa vida, através das nossas experiências. O que é ruim, acaba mostrando o caminho para algo melhor, então o mal serviu apenas para indicar onde deveríamos seguir. Sem a adversidade, não reconhecemos os conquistas. E toda dificuldade tem o fim em si mesma: apontar para a solução (o ideograma chinês para crise une os símbolos de "caos" e "oportunidade"). Então, como os dias se sucedem (entre claro e escuro), atingimos nosso destino e tudo colaborou para que chegássemos àquele fim, incluindo os obstáculos. Se estamos aqui, devemos isso aos erros e às escolhas acertadas para resolver os problemas.


1/02/2014 - 8h30
Foto de Fabio Giorgi