quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Lições de sábado 353

Natais vêm e vão e sempre me lembro de Machado: teria mudado o Natal ou teria mudado eu? O Natal mudou, com certeza, desde que foi inventado no século IV para celebrar o nascimento de Cristo, ocupando a mesma data de um sabá celta com significado semelhante, mantendo a árvore como seu símbolo e inventando o bom velhinho vestido de vermelho, conduzindo um trenó puxado por renas que vinha do Polo Norte, tudo por causa de um poema inglês que falava da véspera de Natal, nada a ver com São Nicolau, de onde vem o nome, Santa Claus, que salvou três meninas de se prostituírem a mando do pai na Turquia, dando-lhes um dote, colocado num saquinho na janela, para que pudessem se casar. E quanto mudei eu? Do primeiro Natal em Boston, aos cinco meses de idade, depois em Nova York, aos 15 anos, em São Paulo, nos anos 90, no Rio desde 1999. O quanto mudei só eu sei. E a cada Natal, certos valores continuam os mesmos. A celebração pode ter mais presentes eletrônicos ou eletrodomésticos, novas televisões plasma ou fornos elétricos. Não para mim. Natal é um dia de ficar quieto, preparando o novo Ano que começa. Por isso um papa mudou o Ano Novo para perto do Natal no século XVI, tirando-o de 1o. de abril e colocando-o em 1o. de janeiro, e inventou, sem querer, o Dia da Mentira, de algo que um dia foi verdade.
5/12/2018 - 11h25