quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Lições de sábado 332

A vida é um trânsito astrológico. Por mais que acreditemos em questões permanentes, elas sempre mudam, para melhor ou pior, buscando um equilíbrio. Um erro abre a possibilidade de acerto, uma crise traz uma conciliação, uma doença pode trazer uma iluminação. Mudanças são sempre difíceis, dolorosas e longas, mas provocam resultados positivos. Ao consultar os trânsitos astrológicos pelos quais passamos, percebo que tudo vai e volta ao mesmo ponto, criando novas chances, renascimentos, reconstruções, ebulições, pacificações, alternâncias ou estabilidade. Nunca sabemos (a não ser que consultemos o mapa astral diariamente) quando algo pode acontecer, e mesmo que façamos previsões, não saberemos exatamente o que acontecerá até que aconteça. Saberemos "o quê", mas não "como". Saberemos "quando", mas não "quem". Quando precisarmos de uma previsão, olhemos as estrelas, enquanto a Terra gira e os cometas  cortam o universo, imantando tudo com sua força, a que chamamos destino.

27/12/2017 - 13h32

   

domingo, 24 de dezembro de 2017

Lições de sábado 331

Natal para Vinicius era fundamental. Deve haver algo de beleza em tudo isso, senão o poeta não iria se deter para escrever sobre o Natal. Para isso fomos feitos. Para amar e chorar pelos que partiram e nos alegrarmos com os que chegam. A vida é infinita e infinitamente se desdobra para trazer mais sentido à própria vida. Vivemos o Natal para celebrar todos os acontecimentos: hoje é o dia do presente, hoje é o dia da beleza, hoje é o dia do milagre (olhar mais uma vez para ter certeza que se viu). Esperamos imensamente por dias como este, até que ele chega. Ele passará, mas, antes que passe, viveremos, na ponta dos pés, a alegria de estarmos num Natal, o Dia do Senhor, para que haja mais abraços entre irmãos.

24/12/2017 - 14h22


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Lições de sábado 330

Fim de ano tem sempre o mesmo gosto: ano que vem será melhor. O que passou que não foi bom tendemos a rejeitar com um levantar de ombros e um desdém que não tem fim. Queremos esquecer o que não gostamos e nos fixamos apenas nos “bons momentos”. O que não foi bom também ajudou a sabermos o que é bom. Não adianta só querer a polpa do fruto. Tem que tirar a casca. Vivi sempre como se carregasse um fardo imenso, nunca vivi leve e despreocupada – talvez só na infância e adolescência quanto nada era assim tão sério, senão as seriíssimas questões de criança. Um dia escrevi num poema que só publiquei no Jornal Análise, do DCE Mackenzie: “Carrego um fardo, como quem voa”, que minha mãe achou o verso divino e repetia como um mantra. Assim deveríamos viver, como se voássemos, nada a nos preocupar a fundo, porque, segundo ela, “tudo já estava resolvido, pronto e terminado”. Hoje vejo que carregar fardos é um aspecto astrológico, não nos livramos disso tão facilmente. Há que se pagar um preço para ser “livre”. “O preço da liberdade é a eterna vigilância”, disse Abraham Lincoln. Então, nunca seremos tão livres assim, se tivermos de tomar conta dos inimigos, declarados ou não. Fim de ano tem gosto de quero tudo novo, quero tudo melhor, quero estar feliz sem ter de me preocupar. E principalmente sem ter contas para pagar. Se a vida termina de repente, não podemos nos preocupar só com pagar as contas. Temos de viver, mesmo sem as contas pagas. Porque isso, segundo consta, se resolverá por si só. 


22/12/2017 – 16h33