domingo, 8 de janeiro de 2012

Lições de sábado 10

Todo sábado começa na sexta-feira, seja porque é fim da semana ou por antecipação. Na sexta, todos já se preparam para o melhor - seja lá o que for acontecer no dia seguinte. Sábado é o dia do descanso, mas ninguém pára, porque estão todos ocupados em "aproveitar", seja lá qual for a programação. Tem que ter alguma. Não importa o que for feito, é melhor do que fazer nada. (Quem deliberadamente não quiser fazer nada, é porque já fez tudo antes.) Sábado é o dia da revolução pessoal, quando todo mundo decide que será diferente, irá dormir até mais tarde, ou não irá trabalhar - descansar é preciso. E sendo o último dia do ano, é obrigatório não fazer nada. Sábado sagrado para todos os efeitos ecumênicos de sagração do ano velho em novo.
31/12//2011 - 1h38
Amamos o passado não pelo que foi, mas pelo que lembramos dele. Nem sempre guardamos todos os fatos como ocorreram, mas o que melhor podemos aproveitar deles hoje. A memória fica nos trazendo coisas que não queremos esquecer e não importa se elas se foram há muito tempo e nada mais reste do que passou, continuamos a acalentar a lembrança como se fosse presente... e deixamos o presente de lado, como se não estivesse acontecendo, quando é no presente que estamos e só nele podemos viver. O passado foi bom (lembramos bem), mas nem tudo valeu a pena. E o melhor do passado é que passou e só o que lembramos de bom (isso, sim) vale a pena trazer para o hoje e levar para o futuro as boas amizades, os bons pensamentos, os bons gestos, as boas palavras, tudo que pudermos usar novamente nos dias que virão.
31/12/2011 - 2h
365 dias não resumem um ano, pois ele começa muito antes e continua depois. Contamos o tempo em anos para compartimentá-lo e prender os fatos aos dias. Mas há momentos que duram para sempre e outros se extinguem logo depois que acontecem, então os anos não contam o que vivemos, porque podemos ficar ligados a um instante por uma eternidade. Os dias são a forma de amealhar o tempo, em que as horas representam os gomos de uma laranja inteira. Vive-se aos poucos e só contam os momentos de que nos lembramos: somente aí estávamos despertos.
31/12/2011 - 17h43
 
 
 

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