Robin Williams não tinha a menor ideia de como o amavam através de seus
personagens. Sempre um deles me volta à mente, seja dançando em cima da mesa na
festa de aniversário de seu filho em "Uma babá quase perfeita", seja
gritando "Good morning, Vietnam" no microfone para os soldados
naquela que foi a guerra de todas as guerras para os americanos, seja em Peter
Pan, já crescido, lembrando-se de quando vivia na Terra do Nunca.
Há uma corda que é tocada a cada filme que vemos, e com Robin Williams
não foi diferente. O professor de literatura John Keating, em "Sociedade
dos poetas mortos", que imita Marlon Brando dizendo a fala da peça de
Shakespeare: "Friends, romans, countrymen, lend me your ears!", ou
instigando o aluno (o fantástico Ethan Hawke vivendo Todd Anderson) a dizer um
texto de improviso. Mas não havia como ele saber disso. Quando alguém entra em
rota de colisão, não dá para segurar.
Williams deveria ter aprendido com meu amigo Patch Adams como curar a
alma, ou com o psiquiatra Sean
Maguire, que trata o "Gênio
indomável", vivido por Matt Damon, ou o médico Malcolm Sayer, em
“Awakenings” (“Tempo de despertar”), que acredita em um tratamento para Leonard
Lowe (vivido por Robert De Niro) para alienação, usando uma medicação que
devolve a consciência a todos os pacientes do asilo e fazendo com que se
comportem normalmente por algum tempo.
16/08/2014 - 14h41
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