sábado, 16 de agosto de 2014

Lições de sábado 147

Robin Williams não tinha a menor ideia de como o amavam através de seus personagens. Sempre um deles me volta à mente, seja dançando em cima da mesa na festa de aniversário de seu filho em "Uma babá quase perfeita", seja gritando "Good morning, Vietnam" no microfone para os soldados naquela que foi a guerra de todas as guerras para os americanos, seja em Peter Pan, já crescido, lembrando-se de quando vivia na Terra do Nunca.

Há uma corda que é tocada a cada filme que vemos, e com Robin Williams não foi diferente. O professor de literatura John Keating, em "Sociedade dos poetas mortos", que imita Marlon Brando dizendo a fala da peça de Shakespeare: "Friends, romans, countrymen, lend me your ears!", ou instigando o aluno (o fantástico Ethan Hawke vivendo Todd Anderson) a dizer um texto de improviso. Mas não havia como ele saber disso. Quando alguém entra em rota de colisão, não dá para segurar.

Williams deveria ter aprendido com meu amigo Patch Adams como curar a alma, ou com o psiquiatra Sean Maguire, que trata o "Gênio indomável", vivido por Matt Damon, ou o médico Malcolm Sayer, em “Awakenings” (“Tempo de despertar”), que acredita em um tratamento para Leonard Lowe (vivido por Robert De Niro) para alienação, usando uma medicação que devolve a consciência a todos os pacientes do asilo e fazendo com que se comportem normalmente por algum tempo.

Robin não sabia quanto era amado. Acho que foi isso que faltou dizer a ele antes de escolher o caminho extremo. Sempre me lembrarei dele em seus personagens principais ou secundários (“Voltar a morrer”, “O pescador de ilusões”, “A gaiola das loucas”, “Amor além da vida”, “Uma noite no museu” 1, 2 e 3), em que conseguia colocar toda vez uma dose a mais de genialidade e alegria, mesmo que fosse somente com a voz, como o Gênio da Lâmpada em “Alladin”.  

16/08/2014 - 14h41





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