domingo, 5 de abril de 2015

Lições de sábado 201

Lições da Páscoa
Vivemos tempos de signos contrários. Ressurreição e morte num mesmo momento. Paz e guerra. Ódio e perdão. Razão e ressentimento. Culpa e absolvição. De uma hora para outra, os que se calavam resolveram falar. E a voz do povo é a voz de todos, não só os que estão na rua, os miseráveis, os desfavorecidos. Há uma inversão de valores, uma mudança de postura, uma transformação das classes. Tocaram a parte mais sensível do corpo humano: o bolso. E essa dor ninguém perdoa. Por mais manobra política que se faça. Terão de devolver o dinheiro que tiraram. Sigam o dinheiro. Ele dirá quem corrompeu e quem foi corrompido. Seja por delação premiada ou não, a vantagem mais antiga desde Judas que traiu Cristo. Tudo leva ao calvário. À Via Crucis. Condenado o inocente, junto com os ladrões. "Pai, perdoai-os, porque não sabem o que fazem". Nunca souberam. E por isso pecam. Mas a passagem mais incrível da Páscoa, para mim, ainda é a dos discípulos de Emaús (Lucas 21,13-3), em que vieram andando com Cristo pela estrada, mas não o reconheceram, e o chamaram para cear, por já ser tarde, e quando ele partiu o pão e viram quem ele era, Cristo desapareceu... Uma passagem assombrosa, considerando quem ele era. Só por isso a Páscoa se torna ainda mais incrível. Momento de transformação, de ressurgir das cinzas, porque tudo muda, nada está parado, nem estático, por mais que permaneça aparentemente imóvel.
Domingo de Páscoa, 5/04/2015 - 17h05



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