quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Lições de sábado 261

Não sou mais criança. Aprendi duramente como amadurecer. Nada foi dado de graça, por mais benesses que eu desfrutasse. Tudo teve um custo. Tudo teve um preço. Por mais que eu tentasse, algo parecia falhar. Perfeição dura a chegar. Aprendi a me aperfeiçoar aos poucos. Lentamente. Como quem ergue um edifício. Para, do alto, poder contemplar a planura. E, durante o caminho, tropecei, fui alvo de críticas e puxadas de tapete, de mentiras e traições, de inverdades e injúrias. Nem todos permaneceram comigo. Poucos conhecem os degraus da escada que subi. Mas quem viu de perto, sabe o que houve, sabe o que eu fiz e por quê. Quem não souber, não vale a pena explicar. Vai demorar muito tempo. Descobri que é melhor depurar-se do que se deixar poluir. Aos poucos, saber fazer melhor. É um longo treino, que leva a vida inteira. E, às vésperas dos sessenta anos, só fui superada por quem chegou lá antes de mim. Por não ser mais criança, aprendi o que deveria saber há muito e, ao mesmo tempo, não esqueci o que é ser criança. Eu nunca fui mais velha do que dezoito anos. Dentro de mim, guardo essa idade. Para que, mais tarde, eu me lembre de mim.

6/10/2016 - 00h34 

Para Hariklia Papapetrou, que lê todas as Lições de sábado e fica esperando por elas. Gratidão, amiga.

Foto de Fabio Giorgi: "7o. dia de chuva".

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