quinta-feira, 29 de junho de 2017

Lições de sábado 304

Precisamos de poucas certezas. Algumas têm a ver com o amor. Outras com a sobrevivência. Outras ainda com os filhos, a família, o trabalho. Mas menos ainda com nós mesmos. Eu não precisaria de muito, mas o pouco vai se alastrando e, quando vemos, carregamos um vagão de coisas acumuladas das quais nem nos lembramos mais. Mas o que é essencial fica. Podemos perder toda a nossa bagagem, para ficar apenas com o indispensável. Somente o necessário, diz a música do urso Balu para Mogli. O extraordinário é demais. E isso deveria nos bastar. Avançamos em todas as frentes, para fazer mais, ter mais, ir a mais lugares e, ao voltarmos, temos malas demais. Despir-se ou despedir-se do que não precisamos é uma escolha. Um médico ao definir a fome disse: "Se trocar a comida por outra coisa, não é fome. Porque, se estiver com fome, não irá trocá-la por coisa nenhuma". Assim, se preferir Paris a um prato de doces, na verdade, não quer os doces. Se trocamos uma coisa por outra, aquilo que preterimos não tinha nossa preferência. Sempre temos de escolher, mesmo que não queiramos. Mas ficar com o essencial, o imprescindível, o insubstituível, aquele que é o único no mundo, isso, sim, é certeza. 

29/06-2017 - 12h46 - Dia de São Pedro

 



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