quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Lições de sábado 338

Somos apenas um prolongamento de nós mesmos ao longo do tempo. O que fomos em criança perdura em nós como uma música ouvida ao longe. O que vivemos na infância, adolescência e juventude, perpetua-se como um hino, um coro de anjos, uma lembrança, uma saudade, às vezes, uma dor, um incômodo, um pensamento que passa de raspão que tentamos guardar ou afastar. Tudo isso se dissolve na idade adulta. Os compromissos, a família, os filhos, os amigos, as obrigações, as dívidas, as perdas, os ganhos, os acontecimentos, as realizações, os fracassos, os desentendimentos, as invejas, as inimizades, as chances, as oportunidades perdidas, os erros, os acertos, as escolhas, as ações, as omissões, as palavras, os silêncios, tudo colabora para que a vida adulta se torne um tédio ou um pesadelo, dividindo espaço com as alegrias e as boas surpresas. Lutamos, ou melhor, acreditamos lutar contra adversidades, azares, mentiras, calúnias, injúrias, insultos, difamações de todo tipo, por pessoas que nem deveriam estar ali, mas estão. "Traga seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda". A distância dos obstáculos não os elimina, mas não teremos de superá-los. Seja mais brando consigo mesmo. Ninguém nasceu para a perfeição, mas para compreender seus defeitos. E, na imutabilidade do ser, mudamos para nos tornarmos nós mesmos. 

8/02/2018 - 9h55  


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