domingo, 2 de fevereiro de 2020

Lições de sábado 369

Um dia uma amiga me disse: "Um beijo não dado é um beijo perdido para sempre". E a partir desse dia eu passei a considerar muito importantes as chances que eu tinha de fazer algo que poderiam não ser repetir mais. Percebê-las como únicas. Deixar para depois nem sempre é a melhor opção. Há momentos em que devemos não agir, mas outros não se repetem. Hoje é um dia desses. Dois de fevereiro de 2020. Um dia capicua, com apenas dois números. Um capicua dentro de outro. 02 0220 20. E também dia de Iemanjá. E Groundhog Day, nos Estados Unidos e Canadá. Dias decisivos. E aniversário de James Joyce. Quem lembrava dessa? Sua editora, Sylvia Beach, sabia que ele, doido por números como era, não poderia receber a primeira edição de "Ulysses" senão nesse dia: 2/02/1922, quando completou 40 anos de idade. Um dia certo para o livro certo. Mas a mesma amiga mandou um recado para mim no dia do seu enterro: "Um beijo dado é um beijo guardado para sempre", enquanto eu atravessava o Cemitério do Caju em direção ao crematório. Assim ela me respondeu quando à aflição de eu não perder a oportunidade de nada. Aquilo que se faz, está feito. E o que não se fez, talvez nunca mais possa ser feito, por isso é preciso prestar atenção aos sinais, para saber quando devemos dizer sim ou não. Parece difícil? É pura falta de treino. Quando abrir mão de fazer algo, não se lamente. E se não puder fazê-lo contra sua vontade, também. O melhor é aceitar o que foi-lhe dado de presente, ou seja, a chance de fazer o que escolheu fazer, e dar certo. Se não der, paciência. Mas preste atenção aos sinais, para estar exatamente onde deve estar. 

2 de fevereiro de 2020 - 23h22


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