sábado, 19 de outubro de 2013

Lições de sábado 92

Vinicius de Moraes completaria hoje 100 anos, mas quanto nos deu enquanto viveu é infinito. É um dos compositores mais famosos do mundo só porque compôs com Tom Jobim, "Garota de Ipanema". Ele foi a A a Z em tudo. Como diplomata, como cidadão brasileiro e do mundo, como marido, como pai, como amante de todas as mulheres que amou. Vinicius deixou um legado imenso de música e poesia. E quando se pensa que isso se esgotou, lá vem ele de novo, como poeta a inspirar a todos. Seu "infinito enquanto dure" do "Soneto de fidelidade" é um bordão que não sai da mente de ninguém, nem o seu "Soneto de separação", ou o "Soneto do amor total".

Vininha era botafoguense, e compôs um soneto para Garrincha, o Anjo das Pernas Tortas. O que ele fizesse, entrava para História, pelos amigos que teve, pelas mulheres que teve, pelas parceiros que teve, pelas canções que compôs. Tudo em Vinicius era permanente, mesmo o que fosse efêmero. Aprendemos com ele a amar quando era impossível, a ser quando não conseguíamos, a recomeçar quando acabava. "Quem já passou por essa vida e não viveu, pode ser mais, mas vale menos do que eu, porque a vida só se dá pra quem se deu, pra quem amor, pra quem chorou, pra quem sofreu. Ah, quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não". E por aí vai. Seus parceiros se eternizaram com ele, Baden, Tom, Chico e Toquinho. 

Quando morreu aos 66 anos, Vinicius deixava um rastro de amor, música e poesia. É a melhor forma de alguém viver - dar-se ao máximo de si mesmo, e receber do outro o máximo também. E o que viesse era lucro. Amar é uma profissão de fé: ou se ama ou não. Vinicius de Moraes era profissional nisso. Sabia amar como ninguém. Feliz centenário, Vinicius de Moraes.

19/10/2013 - 18h41

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