quinta-feira, 29 de março de 2018

Lições de sábado 343

Às vésperas dos 54 anos de 1o. de abril de 1964, não sabemos como chamar a presente intervenção militar. Se adiantou ou não, chegamos à conclusão que muito pouco adianta no Brasil, onde os esforços são esvaídos por sucessivas estocadas contra a ordem e os bons costumes, a lei e o bom senso. Bandido nunca esteve tão à vontade. A corrupção para se instalar tem dois lados. E está há tanto tempo arraigada, que, ou se extirpa o mal, ou se mata o paciente. Pôr um freio aos atentados, às mortes, aos extermínios, à deflagração geral de insatisfação é uma necessidade. Desde 1964, esperamos que isso aconteça. E só acontece o oposto do que se pensa que deveria acontecer. Após o governo militar, o propalado governo democrático amealhou os mesmos corruptos e corruptores de antes do Golpe de 64, que se transmutaram para o novo governo. Ulysses Guimarães, ao discursar sobre a Constituição de 1988, pretendia que ali se inaugurasse uma nova era, que estava prestes a se extinguir nos 30 anos seguintes. Mal sabia ele que, em 1992, se iria com os peixes do mar, carregado pelas mesmas sereias que aturdiram o protagonista da Odisseia. A nossa pátria tão desvalida não merece, nunca mereceu maus governantes. Entre o mau e o pior, queremos ficar com o menos ruim. Somos capazes de humanidade. Por que não exercê-la?
29/03/201/ - 8h41


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