Corremos
para encurtar o tempo, para tirar o atraso, para adiantar o serviço, para não
perder a hora, para chegar mais cedo, para nos vermos livres de algo, para
terminar antes. E o que damos em troca dessa economia? Deixamos de dormir mais,
de descansar mais vezes, de pensar na vida, de meditar um pouco, de ouvir mais
música, de passear à tarde, de tomar sorvete, de tirar uma soneca, de conversar
com amigos, de ter tempo livre. O tempo não deve ser o carrasco da nossa vida, mas o
tornamos o executor de nossas tarefas ao estipular prazos menores que o
necessário e aceitar mais trabalho do que conseguimos cumprir. Sua vida está
ociosa? Faça mais coisas. Não tem dinheiro suficiente? Arrume dois empregos.
Está devendo na praça? Faça um empréstimo. Se sobrar dinheiro, viaje. Nada
disso vai resolver o seu problema de tempo, pois, para correr menos entre as
obrigações, deveria diminuir o ritmo e ter menos coisas para fazer. O tempo só
nos cobra uma coisa: coerência, senão não vai sobrar muito dele para contar a sua
história.
4/05/2014 - 23h51
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