sábado, 28 de junho de 2014

Lições de sábado 139


Futebol como metáfora. A linguagem do dia a dia está impregnada de termos de futebol. Saiu pelo escanteio, deu confusão no meio de campo, partiu pro gol, dividiu a bola. Mesmo quem não assiste aprende o vocabulário. Futebol serve para criar assunto e dar bom dia ao ascensorista que tem seu radinho com ele. Todos os porteiros de todos os prédios sabem o que está acontecendo num campeonato. Futebol é o equalizador social mais bem bolado do planeta. Faz com que todo mundo fique de olho. Hariklia Papapetrou, minha amiga grega, torce pela Grécia e pelo Brasil. Valéria Mac KNight assiste a um jogo irradiado em alemão por um comentarista que torcia pelo Chile. Os brasileiros em todas as partes do mundo estão de olho no que está acontecendo por aqui. E nós vivemos no abençoado país do futebol, com fé num Deus brasileiro. Charles Miller quando trouxe as bolas e os uniformes da Inglaterra não sabia o que estava fazendo por nós, nem pelo país onde nasceu. E penso que o futebol me ensina não só a usar sua linguagem como metáfora, mas a agir como se sempre estivesse em campo, numa partida para ganhar. Se Neymar Jr., Hulk, Fred, Julio Cesar não existissem, hoje estaríamos mais tristes. Se Pelé, Tostão e Rivelino trouxeram o Tri, e depois veio o Tetra e o Penta, aprendemos ao longo da vida que aqui não é só o país do futebol, abençoado por Deus e bonito por natureza, aqui estamos nós mais uma vez vivendo o futebol como metáfora, passando para a bola toda a nossa emoção de ser quem somos, num país que pede para ser feliz.

28/06/2014 - 23h40


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