Eu sempre lembro do meu professor de História
Geral, Heródoto Barbeiro, no cursinho do Objetivo, em 1976, falando da
Alemanha do pré-guerra: "E a república?" "Vai mar... Vai mar..." Hoje
ele é jornalista de um telejornal, e de todos os professores e todas as aulas durante aquele
semestre, só me lembro das dele. Deve haver um bom motivo para isso. A
pixação da estátua de CDA me deixou indignada. Como dizia meu avô
Trajano de Barros Camargo, no mundo há gente para tudo e ainda sobra
gente para mascar fumo. Ele tinha razão. Uma das razões é não ter noção
nem perspectiva histórica. Sem saber quem é Drummond, pixa-se a estátua
dele ou arrancam seus óculos. "É necessário ter-se uma visão histórica
para não se ter uma visão histérica". Quem disse essa frase, Roberto
Campos, nosso eterno Bobby Fields, sabia o que estava dizendo. O que nos
leva de volta às minhas aulas de História com Heródoto Barbeiro,
jornalista, historiador, professor e advogado, nascido em 1946. Deve ser
por isso que eu gostava tanto das aulas dele: por prezar a história
contemporânea que ele lecionanva, tanto ele quanto o professor de
História do Brasil. Quem pixou a estátua de Drummond deve ter sido
reprovado em História e em todas as matérias que cursou,
incluindo a de civilidade. Deixem em paz as estátuas. Elas estão lá para
nos lembrar quem eles foram, e não para serem agredidas nem depredadas.
Drummond escreveu "Papai Noel às avessas" por um bom motivo. Ele sabia
que há pessoas que andam para trás.
25/12/2013 - 18h26
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