quinta-feira, 23 de julho de 2015

Lições de sábado 217

Trabalhando até esta hora?
Os dias começam tarde, só é possível começar a conduzir o fio do pensamento quando faz certo silêncio em volta das coisas da casa, quando tudo se assenta, e não somos mais acossados por telefonemas e celulares tocando. Mais cedo fazia um barulho de quebra-quebra infernal do apartamento três andares abaixo de uma obra que já dura mais de mês. Devem estar derrubando as paredes. Então, nesse horário, não consigo nem pensar, quanto mais trabalhar. Depois cessou, e quando vi, já era 18h, e aí comecei a trabalhar, portanto para mim, deve ser 15h, pelo meu relógio interno, e eu teria direito a mais umas duas horas de labuta, até fechar o botequim, e depois o happy hour, até umas 3h ou 4h da manhã. Ainda bem que o peso foi ontem e hoje só tive pedregulhos para tirar da pedreira. Mais um livro se encerra, e outro ainda envereda por caminhos nunca antes navegados. E outro ainda principia, enquanto outro segue. A máquina de fazer livros não escolhe a hora, apenas se apronta. E ficamos à mercê das invenções do tempo para que se fechem os ciclos que abrimos. Se navegamos, aprendemos a ancorar e esperar os ventos.

16/07/2015 - 00h16


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