sábado, 25 de novembro de 2017

Lições de sábado 328

Brasil é uma sucessão de erros que queremos que deem certo. Começa com um descobrimento de coisa sabida, passa pelas mãos de degredados e piratas, vira jazigo de ouro e pedras preciosas, é depenado, depauperado e explorado, torna-se receptáculo do maior contingente de escravos da África, é o último a libertá-los, tem rei, imperador e presidente, um sem número de constituições, petróleo e todas as riquezas minerais, fauna e flora, em que se plantando tudo dá, mas nunca teve a decência de seus governantes, salvo honrosas exceções. A história do Brasil é um erro tão grande, que, depois de ter eleito o partido dos trabalhadores e perdido o que lhe restava de honradez, está às cegas à procura de uma porta que lhe mostre a saída desse circo de horrores. Pobre, envergonhado, enxovalhado e ridículo. Pois só quem é ridículo aceita tanta humilhação. É triste, mas é nossa história. É lindo por ser verdadeiro. A verdade soa bela, mesmo quando é terrível. Indignei-me diante dos fatos de ontem. Mais ainda. É preciso saber onde estamos indo. Não somos um barco à deriva como queriam que imaginássemos a caravela de Cabral. Desde o início, contam nossa história como se fosse um acidente e não uma determinação. O Tratado de Tordesilhas foi assinado antes da descoberta para assegurar o território. Isabel de Castela e Fernando de Aragão foram ludibriados pelo primo D. João II, o rei de Portugal. Depois, em 1500, era o genro de Isabel, D. Manuel I, o Venturoso, que mandava Cabral para o Brasil. E nem um país nem outro soube o que fazer das terras descobertas. Nem Colombo aproveitou a sua astúcia como navegador genovês, nem Cabral deitou-se nos louros de sua descoberta. E Caminha morreu nas Índias - triste fim para quem anunciou a boa nova ao rei português. Como será contada nossa história daqui a 500 anos?

25/11/2016 - 17h55

Mapa-mundi de Vasco da Gama

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