sábado, 4 de novembro de 2017

Lições de sábado 323

Temos tempo ocioso para fazer nada. Aproveitemos. Temos tempo de contemplar as estrelas e enumerá-las. Temos tempo para a lentidão e para o vagar dos olhos. Temos tempo para rezar e meditar. Temos tempo principalmente para os amigos. Temos tempo para pensar e dizer palavras a quem nos ouve. Tempo para a amizade e a rega. Tempo para passar. Tempo para esperar. Tempo para o que não for urgente. Tempo para novas construções. Para reiniciar o que foi desfeito. Para refazer o que foi perdido. Para procurar, para buscar, para entreter. Tempo para todas as coisas que não têm fim e cujo o eterno recomeço não é uma nódoa. Temos tempo para o acaso. Tempo de dizer sim, tempo de acertar. Tempo para as coisas inúteis e as úteis também. Tempo de cozinhar, de beber, de comer. Tempo de ninar crianças, educá-las, ler para elas. Tempo de ouvir. Tempo de ser absolutamente o que se é. Sem máscaras. Tempo de viajar. De recolher-se, de dar as mãos. Tempo para o que for imprescindível e obsoleto também. Porque não existe uma coisa que seja somente vã. Para alguém, ela tem sentido. Tempo de ler poemas. E de escrevê-los. Temos tempo. Vamos devagar para que o tempo demore um pouco mais e possamos nos lembrar. Este é o tempo de ser como nunca se foi antes.

4/11/2017 - 9h58

  

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