sábado, 20 de dezembro de 2014

Lições de sábado 173

O tempo nos impõe paradas e retomadas, pressa e diligência, atenção e intuição. O tempo nos impõe paciência, pois nem tudo se resolve de imediato. Temos de superar as fases e as etapas, os estágios, seguir o passo a passo, até atingir o ápice, o auge de uma situação, até que se desfaça, desmorone, se desmonte em pedaços tudo que supúnhamos sólido e inteiro. O tempo guarda marcas, pegadas por onde passamos, para que lembremos o que foi feito. Uma anotação aqui, um bilhete ali, inscrevemos nossos feitos numa linha cronológica para que saibamos depois onde estivemos, o que dissemos e o que fizemos. Nossa arqueologia pessoal. Nossa odisseia imaginária. Nosso livro aberto. Sem o tempo não saberíamos o que houve ontem, há dez, vinte, trinta anos, nem há um século, ou há 300 anos. O tempo marca, com suas horas, o que fazemos e o que queremos fazer, mas somente o que foi feito deixa vestígios. São esses vestígios que lembramos. Assim nos reconhecemos. Somos somente o que lembramos. O que não lembramos, não vivemos, não poderemos reviver, não temos como guardar. Por isso as paradas são necessárias, para pensarmos sobre o tempo, que efeito ele teve sobre nós e o que fizemos enquanto ele passava para o infinito. 

20/12/2014 - 16h54 




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